Ao lado de Acossado, de Jean-Luc Godard, o primeiro filme de Truffaut é tido como marco inicial da Nouvelle Vague francesa. Como o roteiro do longa-metragem do colega também tinha sido escrito por ele, Truffaut rapidamente se tornou o principal nome do movimento. Depois que Os Incompreendidos ganhou o prêmio de direção no prestigioso Festival de Cannes e concorreu ao Oscar de melhor roteiro, uma honra poucas vezes concedida à produção não-faladas em inglês, o então crítico da revista Cahiers du Cinema sabia que tinha pavimentado uma carreira sólida. Mas, segundo os críticos da época, Os Incompreendidos sempre significou, para ele, muito mais do que uma carreira.
Embora Truffaut não gostasse de falar no assunto, o mundo inteiro sabia que o personagem Antoine Doinel, o garoto de Os Incompreendidos, era o alter-ego do cineasta. Como o menino, ele também havia crescido no seio de uma família pobre que não se entendia e não lhe dava atenção. Ele também fora um delinqüente juvenil, cometendo pequenos furtos pelas ruas de Paris e também passara uma temporada no reformatório. O que Truffaut queria, transpondo essas experiências para a tela, era mostrar ao mundo que o mundo do adolescente não era compreendido pelos adultos.
Os Incompreendidos foi o filme certo na hora certa. Em 1959, ano em que foi lançado, o mundo assistia a uma revolução branca comandada pelos jovens.
O rock’n roll e a moda foram as formas encontradas para expressar tal revolução.
Truffaut conta a história de um jovem de 15 anos que ninguém – pais, educadores, parentes ou policiais – entendia. Antoine Doinel não é bom nem mau, é só um adolescente. O cineasta contou esta história com uma gigantesca dose de carinho pelo personagem.
O resultado final é um filme deslumbrante, poético e melancólico em alguns momentos, suave e cômico em outros, mas sempre compreensivo e caloroso. Doinel mente para os professores e para os pais, rouba uma máquina de escrever, fica preso num reformatório, mas não é um menino malvado. Pena que somente nós, que permanecemos tão perto dele, compreendemos suas ações. Os adultos do filme não o entendem. Não percebem que quando ele cita Balzac numa redação, não está tentando plagiar o grande escritor, mas homenageá-lo. Além disso, Truffaut sabe exatamente como filmar, evitando resvalar a história para o melodrama e nunca tornando-a piegas ou cômica. A obra alcança uma unanimidade da crítica que afirma que Os Incompreendidos permanece o melhor filme sobre adolescentes já lançado.
Vale lembrar ainda que Truffaut tinha tanto carinho pelo personagem que voltaria a ele mais cinco vezes - quatro em longas-metragens e uma em um curta, feito apenas três anos depois de Os Incompreendidos. Todas as aparições de Doinel na tela foram encarnadas pelo ator Jean-Pierre Leáud, cuja performance é um dos maiores trunfos do filme de 1959.
Título Original: Les 400 Coups
Ano de lançamento (França): 1959
Tempo de Duração: 99 minutos
Direção: François Truffaut
Elenco: Jean-Pierre Léaud, Albert Rémy, Claire Maurier, Patrick Aufey
Embora Truffaut não gostasse de falar no assunto, o mundo inteiro sabia que o personagem Antoine Doinel, o garoto de Os Incompreendidos, era o alter-ego do cineasta. Como o menino, ele também havia crescido no seio de uma família pobre que não se entendia e não lhe dava atenção. Ele também fora um delinqüente juvenil, cometendo pequenos furtos pelas ruas de Paris e também passara uma temporada no reformatório. O que Truffaut queria, transpondo essas experiências para a tela, era mostrar ao mundo que o mundo do adolescente não era compreendido pelos adultos.
Os Incompreendidos foi o filme certo na hora certa. Em 1959, ano em que foi lançado, o mundo assistia a uma revolução branca comandada pelos jovens.
O rock’n roll e a moda foram as formas encontradas para expressar tal revolução.
Truffaut conta a história de um jovem de 15 anos que ninguém – pais, educadores, parentes ou policiais – entendia. Antoine Doinel não é bom nem mau, é só um adolescente. O cineasta contou esta história com uma gigantesca dose de carinho pelo personagem.
O resultado final é um filme deslumbrante, poético e melancólico em alguns momentos, suave e cômico em outros, mas sempre compreensivo e caloroso. Doinel mente para os professores e para os pais, rouba uma máquina de escrever, fica preso num reformatório, mas não é um menino malvado. Pena que somente nós, que permanecemos tão perto dele, compreendemos suas ações. Os adultos do filme não o entendem. Não percebem que quando ele cita Balzac numa redação, não está tentando plagiar o grande escritor, mas homenageá-lo. Além disso, Truffaut sabe exatamente como filmar, evitando resvalar a história para o melodrama e nunca tornando-a piegas ou cômica. A obra alcança uma unanimidade da crítica que afirma que Os Incompreendidos permanece o melhor filme sobre adolescentes já lançado.
Vale lembrar ainda que Truffaut tinha tanto carinho pelo personagem que voltaria a ele mais cinco vezes - quatro em longas-metragens e uma em um curta, feito apenas três anos depois de Os Incompreendidos. Todas as aparições de Doinel na tela foram encarnadas pelo ator Jean-Pierre Leáud, cuja performance é um dos maiores trunfos do filme de 1959.
Título Original: Les 400 Coups
Ano de lançamento (França): 1959
Tempo de Duração: 99 minutos
Direção: François Truffaut
Elenco: Jean-Pierre Léaud, Albert Rémy, Claire Maurier, Patrick Aufey